quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Biografia completa de Ronnie Coleman - Da infância até hoje (Jan. 2011)

Nome:  Ronald Dean Coleman
Nascimento: 13 de Maio de 1964
Apelido: The Unbelievable
Naturalidade: Monroe, Louisiana – EUA
Residência: Arlington, Texas – EUA
Altura: 1,80 m
Peso em off-season: 150 kg
Peso em competição: 135 kg
Braços: 61 cm
Coxas:
86 cm
Peitoral:
147 cm

Website oficial: www.bigroncoleman.com


A História


     Ronald Dean Coleman nasceu em 13 de maio de 1964, em Monroe, Louisiana. No entanto, Ronnie foi criado por sua mãe Jessie Benton juntamente com um irmão mais novo e duas irmãs mais novas na cidade de Bastrop, também no estado da Louisiana.

      Sempre considerado grande para a idade, Ronnie tentou vários esportes, destacando-se no futebol (americano). Segundo seus treinadores e colegas de escola, Coleman sempre
foi muito dedicado, sendo o único a passar o verão todo em uma sala de musculação visando ficar maior e mais forte para a temporada de futebol no outono.


      Ronnie também trabalhava duro, às vezes até em dois empregos (após a escola e nos finais de semana) para poder ajudar sua mãe com as despesas. Em 1982, Ronnie Coleman formou-se na High School Bastrop e, em 1986, graduou-se em Contabilidade pela Universidade Estadual Grambling. Na universidade, Ronnie chegou jogou futebol americano para os Grambling State Tigers, sob o comando do famoso treinador Eddie Robinson, mas sempre levou os estudos muito a sério. Naquela época, os planos de Coleman eram ter uma carreira estável como CPA (Certified Public Accountant), o que, para a sorte de todos, não se concretizou (ou nós nunca teríamos ouvido falar em Ronnie Coleman no mundo do Fisiculturismo).


A mudança para o Texas – Os anos mais difíceis


      Em seguida, Ronnie deixou a Louisiana e mudou-se para Dallas, a procura de melhores oportunidades de emprego em sua nova área. Em vez disso, ele foi constantemente rejeitado em sua busca, e teve que entregar jornais e pizzas para bancar suas despesas.

      Um dia, enquanto olhava os anúncios no jornal, viu que o departamento de polícia de
Arlington, subúrbio de Dallas, estava contratando. A ideia de melhores salários e benefícios no trabalho falou mais alto, e Ronnie se juntou à força. Ele sempre levantou pesos, e continuou a fazê-lo na sala de musculação da delegacia. Em 1989, um de seus colegas policiais o convenceu a visitar a Metroflex Gym, que havia inaugurado há apenas dois anos, mas já era conhecida como a melhor academia hardcore da região, o lar de muitos fisiculturistas e powerlifters.


Metroflex Gym e vislumbres iniciais da grandeza 


     O proprietário da Metroflex, Brian Dobson, fala sobre a primeira vez que ele encontrou Ronnie: “Eu estava precisando de um parceiro de treino e um oficial de polícia chamado John Morgan me falou sobre um policial novato que tinha um porte incrível e estava treinando na academia da delegacia, apenas para manter a forma. Ele pediu para Ronnie me visitar. Quando ele veio aqui, estava usando um tipo de terno vermelho à moda antiga, tipo aqueles de brechó. As roupas eram tão apertadas nas pernas e braços que eu podia ver todas as suas veias aparecendo. Eu soube imediatamente que eu estava olhando para uma genética freak. No começo, Ronnie estava um pouco apreensivo, mas eu sou muito bom em persuadir as pessoas a competir. Eu não acho que ele acreditou em mim quando eu disse que ele poderia ser Mr. Olympia. Mas isso acabou sendo muito profético. Eu lhe ofereci uma bolsa grátis em troca de ser meu parceiro de treino e competir pela academia. Ronnie sempre gostou de um bom negócio, então ele topou. Eu sabia que ele iria para as cabeças do esporte desde então.”


     O estilo de treino de Ronnie até aquele momento era o de um powerlifter, então, muitas das técnicas e exercícios utilizados por fisiculturistas eram estranhos para ele. Dobson passou sua experiência e conhecimento de treinamento para Coleman, e os resultados foram simplesmente surpreendentes. Brian era um homem muito forte, mas dentro de um ano, o “novato” de  1,80 m, 97 kg e braços de 50 centímetros havia crescido para 105 kg e ofuscava Brian a cada levantamento. Dentro de um ano, Ronnie conseguia agachar com 230 kg para 20 repetições profundas, fazer deadlift com mais de 320 kg, leg press com quase uma tonelada e ainda fazer avanços num calor de 37 graus no estacionamento da academia, com 150 kg nas costas. Fazia supino com 230 kg e remada com 200 kg, tudo isso completamente drug-free até então.
 
1990 – No palco pela primeira vez

      Brian levou Ronnie para sua primeira competição de fisiculturismo depois de ele ter treinado durante apenas quatro meses e Coleman ganhou com facilidade. O promotor do Mr. Texas de 1990, Glyke Zguris, ainda se lembra daquele dia fatídico:


      “Quando ele pisou no palco, sendo que minha competição foi a primeira em que ele pisou, eu ouvi suspiros. Um dos meus juízes veio até mim depois e comentou que sua parte superior do corpo e, especialmente, seus braços eram do calibre de Mr. Olympia. Como promotor do evento, muitas vezes eu não queria ouvir comentários sobre os concorrentes, sejam positivos ou negativos. No entanto, no show da noite, imprimi um olhar mais atento e sim Ronnie já tinha braços de um superstar. Ele ainda não tinha o desenvolvimento das pernas, e eu sempre senti que suas panturrilhas eram “altas”, o que poderia dificultar sua busca por um Mr. Olympia. Ele certamente superou suas fraquezas, aprimorou sua força e mostrou seus pontos fortes, escondendo os pontos fracos durante as poses (o que é a chave para bodybuilding).”

     Meses depois, ele varreu os títulos de Heavyweight e Overall no NPC Texas Championships de 1990, quando conseguiu o direito de entrar em sua primeira competição classificatória para a divisão profissional, o NPC Nationals. Naquele ano, o concurso foi realizado em Los Angeles e foi divulgado que haveria teste anti doping. Pelo menos alguns dos concorrentes levaram isso a sério, pois caíram de peso e categoria em relação ao ano anterior. Ronnie ficou em terceiro lugar atrás de Jerry Rodgers e Edgar Fletcher na Heavyweights, sendo que Al’Q Gurley venceu o lightheavies e o Overall.

1991 – Último ano como amador

Ronnie não foi amador por muito tempo. Seu segundo e último round no NPC Nationals o deram o quarto lugar, atrás de ninguém menos que o campeão no Heavyweight e Overall Kevin Levrone, Flex Wheeler, e do falecido Paul “Quadzilla” DeMayo. Nos anos anteriores havia um NPC Team Universe, que seria o NPC usado para enviar os melhores amadores dos Nacionais (que poderiam passar por um teste antidoping) para a Europa ou Ásia para disputar um Pro Card contra os melhores amadores do mundo no IFBB World Amateur Championships, anteriormente conhecido como o Mr. Universo. Ronnie passou no teste e foi levado para a Polônia, onde ele venceu os melhores pesos pesados do mundo e ganhou seu IFBB Pro Card.

1992 – Bem-vindo ao Pro, novato! 

     Ronnie fez sua estreia profissional no Chicago Pro Show, em 09 de maio, com um promissor 11º lugar. Curiosamente, todos os dez homens à sua frente estão agora ou aposentados ou mortos. Muitos de vocês nem mesmo reconhecem metade destes nomes, são eles (na ordem do resultado): Porter Cottrell, Thierry Pastel, Kevin Levrone, Henderson Thorne, Milos Sarcev, Kevin McGaunn, Mauro Sarni, Ray McNeil, Flavio Bachiannini, e Bob Paris. Logo atrás de Ronnie, em 12º, estava Darrem Charles, fazendo sua estréia depois de virar profissional em 1991 no Caribean and Central American Championships. Algumas semanas depois, em Nova Iorque, Ronnie entrou no Night of Champions e terminou 14º. Aquele campeonato foi a primeira das vinte vitórias profissionais de Kevin Levrone, Nasser El-Sonbatty, competindo em seu primeiro evento da IFBB, sequer se classificou. Naquela época, os vencedores das categorias no World Amateur Championships IFBB poderiam competir no Mr. Olympia, se assim o desejassem, e foi assim que Ronnie se classificou para o seu primeiro Mr. O. O concurso foi realizado em Helsinque, na Finlândia, e o dois marcos da história ali foi o início da era Dorian Yates (o primeiro dos seus seis títulos no Olympia), juntamente com o retorno de Lou Ferrigno a uma competição oficial após 17 anos longe dos palcos (e um decepcionante 12º lugar). Ronnie foi um dos sete competidores que “empataram” em 16º lugar, o que significa que os juízes não o classificaram sequer entre os 15 melhores que iriam às finais. Então, em resumo, Ronnie ficou em último lugar em seu primeiro Mr. Olympia, ainda pesando em torno de 98 a 100 kg. Entre os que ficaram à frente de Big Ron naquele ano estava Lee Labrada, Shawn Ray, Mohammed Benaziza, Vince Taylor, Sonny Schmidt, Ron Love, Steve Brisbois, Al’Q Gurley, e Francis Benfatto. Pelo número de atletas aposentados e falecidos nesta lista, você pode ter uma ideia de quanto tempo Ronnie se manteve firme e forte no mundo do fisiculturismo.

1993 – Subindo a ladeira

      Com certeza deve ter sido desestimulante para Ronnie ficar fora do Top 10 em todos os seus três primeiros shows como Pro, no ano anterior. Mas ele sacodiu a poeira e continuou treinando duro na academia, pois sabia que era a única maneira de voltar ao jogo. Em 1993, ele participou de quatro shows, todos na primavera, mas não conseguiu a qualificação para o Olympia daquele ano. Sua melhor colocação foi o quarto lugar em um dos dois eventos Grand Prix realizados na França naquele ano, onde Flex Wheeler foi acumulando vitórias consecutivas em sua temporada de estreia, e Nasser subiu para o terceiro lugar, atrás de Flex e Vince Taylor. Em todos os outros três concursos, Ronnie ficou apenas fora do Top 5, em sexto lugar. Flex ganhou um na Alemanha, Porter Cottrell venceu o Chicago Pro, e o italiano Mauro Sarni “papou” o Niagara Falls Pro Invitational. Lá, Ronnie foi batido por Jim Quinn e David Dearth. O show em Niagara foi mais significativo por ser a estreia profissional de uma sensação de 20 anos de idade chamado Lee Priest, que tinha planejado competir no NPC amador juntamente com o show Pro. Apenas uma curiosidade: Jim Manion tomou conhecimento do moleque loiro de braços insanos uma semana antes, na Gold’s Gym em Veneza, e pediu a Wayne DeMilia para dar ao três vezes Mr. Austrália um Pro Card. Lee ficou três lugares atrás de Ronnie, em 9º.

1994 – Batendo na porta

      Ronnie entrou em três competições na primavera de 1994. No San Jose Pro Show, ele ficou em quarto lugar atrás de Levrone, Porter Cottrell, e Dearth David. Ele fez melhor ainda na Europa, terminando em terceiro lugar, tanto no GP francês quanto no alemão, atrás de Paul Dillett e Vince Taylor. Ambos o qualificaram para o Olympia, que seria em Chicago. No Olympia, Dorian venceu seu terceiro Sandow, e Paul Dillett atingiu sua classificação mais alta de todos os tempos, ficando em 4º. Chris Cormier, estreante no Olympia, ficou com o 6º. O também estreante Gunter Schlierkamp ​​ficou no empate com mais cinco competidores, em 16º lugar (último). Era o primeiro ano de Gunter como profissional, tendo conquistado o Mundial de Amadores no ano anterior. Ronnie não fez muito melhor, ficando em 15º. Por ter mostrado sinais de ser um dos favoritos nas competições anteriores, Coleman foi, definitivamente, um fracasso no Olympia.

1995 – Primeira vitória como Pro

     O ano de 1995 viu uma versão maior e melhor de Ronnie Coleman, uma vez que seu off-season após o Olympia anterior tinha rendido algo em torno de 8 kg da massa nova. Ele agora tinha um contrato com a empresa de suplementos Met-Rx, o que aumentava sua renda de policial em tempo integral. Este foi um grande ano para Ronnie, principalmente por ele ter ganhado seu primeiro título como Pro, o Canada Pro Cup. Bem atrás dele, em 2º lugar, estava, curiosamente, Gunter Schlierkamp, ​​que não conseguiria outra boa colocação até que derrotar Ronnie no GNC 2002. Gunter sequer conseguiu um Top 5 em seu próximos quinze torneios. Ronnie competiu em mais dois shows naquela primavera, ficando em 6º no Houston Pro, onde Nasser El-Sonbatty ganhou seu primeiro show profissional, vencendo novamente semanas depois o Night of Champions (NOC), onde Ronnie foi terceiro atrás dele e Vince Taylor. Sua classificação no NOC o qualificou para o Olympia que acontecera no dia 10 de Setembro, em Atlanta, onde mais uma vez ele não conseguiu uma boa posição. Ficou em 11º, à frente de Paul DeMayo, mas atrás do agora quatro vezes campeão Dorian Yates, Levrone, Nasser, Shawn, Vince, Cormier, Mike Francois, Flex, e Aaron Baker. Ronnie se juntou ao Grand Prix que se seguiu, onde ele ficou em 4º lugar na França, 6º na Rússia, e 3º na Ucrânia. Até agora, Ronnie estava ganhando muita experiência de palco e confiança, bem como o tamanho que ele precisaria para bater de frente com os Tops.
1996 – No páreo

      O ano de 1996 foi um ano bom para o astro em ascensão Ronnie Coleman. Em sua primeira competição na temporada, ele ganhou seu segundo show profissional, de novo no Canadá Pro Cup. Nos outros dois shows na primavera, Big Ron seria batido por Flex Wheeler, primeiro no Flórida Pro Invitational e, em seguida, no fim de semana seguinte,  no Night of Champions. Mas o segundo lugar para o Flex não era nada desprezível, já que Wheeler começou 1996 com sete vitórias e ainda terminaria o ano com dez. O Olympia daquele ano aconteceu no dia 21 de Setembro, em Chicago, dessa vez Ronnie entrou no Top 10, com um 6º lugar. Ele teria ficado em 7º, mas como Nasser foi desclassificado por uso de diuréticos, ele ganhou uma posição. Uma semana depois, Ronnie fez três shows em três dias, competindo em eventos do Grand Prix na Espanha, Alemanha e Inglaterra. Dorian Yates venceu todos os três shows, e Ronnie mostrou consistência, mantendo o 5º lugar em cada uma das competições.

1997 – A calma antes da tempestade

      Ronnie competiu em onze campeonatos em 1997 e venceu apenas um, o Grand Prix Russo. Porém, houve uma virada crítica nos acontecimentos, uma vez que ele conseguiu bater vários atletas que haviam chutado sua bunda todas as vezes até então: Levrone, Nasser, Cormier e Dillett. Mesmo assim, Kevin foi venceou seis outros eventos na Europa, onde as colocações de Ronnie oscilaram para cima e para baixo: República Checa (4º), Inglaterra (5º), Finlândia (3º), Alemanha (5º – Markus Ruhl fez sua estréia profissional lá, ficando em10º) , Hungria (6º) e Espanha (7º). Curiosamente, Lee Priest venceu Ronnie em três dos seis shows, e Ronnie venceu Priest nos outros três. Ronnie competiu no Arnold Classic pela primeira vez e foi o 4º, logo após a 3ª colocação no Ironman Pro atrás de Flex e Sacerdote. Logo após o Ironman e o Arnold, ele foi para o San Jose Pro Show e terminou em 6º. Em seu último Olympia antes de começar seu reinado, Ronnie terminou quase no fundo do Top 10, em 9º, atrás de Dorian (em sua sexta e última vitória), além de Nasser, Shawn, Levrone, Dillett, Priest, Jean-Pierre Fux, e Chris Cormier . O mais incrível é que nenhum desses atletas tinha a menor ideia de que eles nunca venceriam Ronnie novamente no Olympia. Kevin Levrone ainda o venceria uma última vez poucos meses depois, mas essa seria a última vez que ele bateria Coleman em uma competição de fisiculturismo.

1998 – O início da era Coleman 


     Ronnie começou este ano marcante de sua carreira com uma derrota para Kevin Levrone em San Jose, mas, após isso, começou a trucidar Kevin ganhando o Toronto Pro e o Night of Champions, na primavera. Depois foi para o Olympia, em Nova York, no dia 10 de Outubro. Para este evento, Ronnie trabalhou com um nutricionista chamado Chad Nicholls, indicado por Flex Wheeler. Seria o início de uma parceria que durou muitos anos. Uma multidão de 5600 fãs esgotou os ingressos e estava lá para ver quem iria suceder o Rei Dorian, então aposentado das competições. Os favoritos eram  ​​Flex Wheeler, que totalizava quinze vitórias em sua carreira profissional e que muitos consideravam o físico mais perfeito de todos os tempos, e Nasser, que tinha sido o 2º colocado no Olympia anterior, muito próximo de Dorian. Ronnie não tinha muita publicidade tempos antes do show, mas isso não fez diferença quando ele entrou no palco com seus 114 kg de músculo seco e fibrado. Flex foi um adversário difícil, chegando a ganhar no quesito simetria, mas, no final das contas, Ronnie vencido com uma pequena margem de 3 pontos. Mesmo tendo acabado de vencer Flex, poucos acreditavam que Ronnie iria manter-se no topo por muito tempo, como Dorian manteve-se por seis anos seguidos, ou muito menos por oito anos, como o recordista Lee Haney. Certamente Flex, Nasser, Shawn ou Kevin iriam por suas mãos no troféu Sandow seguinte. Mas, infelizmente para todos estes grandes atletas, com 34 anos, Ronnie estava apenas se aquecendo e entrando em seu auge.

1999 – Imbatível

      Agora que ele era o Mr. Olympia, Ronnie pulou a temporada da primavera, concentrando-se exclusivamente no treinamento para manter o seu título, como Dorian e Lee tinham feito antes dele. Afinal, quando você é o número um, o que mais você tem que provar? A estratégia mostrou-se sábia, pois ele ganhou seu segundo título com pontuação perfeita, no primeiro ano que o evento mudou-se para Las Vegas. Flex Wheeler estava tão chateado por ter sido vice-campeão mais uma vez que ele virou as costas para os juízes e o público, tirou a medalha do pescoço, e fez o sinal de “número um” com o dedo, para mostrar que ele se sentiu “roubado”. Ronnie viajou para a Inglaterra e Roma a venceu dois eventos Grand Prix, batendo Flex uma segunda e terceira vez naquele ano.

2000 – Três por três novamente

      O ano 2000 foi um déjà vu. Ronnie foi para Las Vegas ganhar seu terceiro Sandow consecutivo com um resultado perfeito, agora pesando 120 kg. Mais uma vez ele ganhou dois shows na Europa logo depois, mas a surpresa desta vez foi um jovem chamado Jay Cutler. Jay tinha terminado apenas em 14º em seu primeiro Olympia (1999) e em 8º em 2000, mas em ambos os Grand Prix ele ficou atrás somente de Ronnie. Isto preparou o terreno para a sua “revanche” um ano depois, no Olympia.

2001 – Coleman desliza e Cutler se aproxima

      Ronnie deve ter decidido que ele não se importaria de ter um Hummer e U$ 100.000,00 extras em sua conta bancária. Então, ele quebrou a tradição e competiu no Arnold Classic, em março, ganhando com folga com seus 120 kg “rasgados”. Até hoje, muitos consideram ser este o melhor físico que Ronnie já exibiu em um palco, como a cintura rígida, físico fibrado e “cheio”, com excelente condicionamento. No entanto, ele pagou um preço por competir na primavera e apresentou-se um pouco “off” no Olympia. Sorte de Jay Cutler, que apareceu absolutamente fenomenal naquele ano, no melhor shape de sua vida. De repente, parecia que Ronnie não era imbatível, afinal. Os juízes consideraram que Jay venceu Ronnie nas duas primeiras rodadas, o prejudging todo. Indo para o show final da noite atrás de Jay, Ronnie de alguma forma conseguiu melhorar seu físico, vencendo  as duas últimas rodadas e ganhando o Olympia mais uma vez, com uma vantagem de seis pontos. Ronnie terminou o ano com uma viagem à Nova Zelândia para um Grand Prix, que ele venceu com folga.

2002 – Ronnie como um azarão? A derrota controversa

     
     As revistas Weider aproveitaram a oportunidade para promover Jay Cutler como o encarregado de ganhar o próximo Mr. Olympia, e em todo o ano seguinte ele contou com uma blitz de publicidade nunca antes vista. Mas esta grande revanche nunca se materializou, visto que Jay astutamente decidiu renunciar ao Olympia daquele ano e se concentrar em ganhar o primeiro de seus três títulos consecutivos do Arnold Classic. Ronnie, depois de ter tido que ouvir os críticos falarem sobre quão fora de forma ele estava no Olympia de 2001 (embora ele estivesse longe de estar fora de forma), se superou e chegou no Olympia com um físico rasgado, desenhado e seco, porém com 113 kg. Isso daria ao seu velho inimigo Kevin Levrone a chance de vencê-lo, embora as pernas de Kevin já não eram tão impressionantes como no passado. Ronnie venceu as duas rodadas do prejudging com pontuação perfeita, mas Levrone virou o jogo na final, vencendo as rodadas de poses individuais e o posedown. Mesmo assim, Ronnie ainda venceu por nove pontos. 

      
     A surpresa da noite foi Gunter Schlierkamp, ​​que saltou para o 5º lugar com 135 kg, depois de não conseguir fazer melhor do que 12º lugar nos quatro Olympias anteriores. Ronnie foi até a Holanda para vencer um Grand Prix e retornou para participar do GNC Show of Strength, no fim de semana seguinte, para esta que seria a derrota mais controversa de sua carreira – para ninguém menos que Gunter! Schlierkamp era muito popular entre os fãs e entre os Weider, mas a vitória parecia praticamente impossível de se justificar, o que deixou Ronnie com um gosto amargo na boca, bem como um desejo ardente de vingança.

2003 – Redenção


     O ano de 2003 foi o ano da “Guntermania” nas revistas Weider / AMI. Jay ainda estava sendo promovido como uma ameaça à coroa de Ronnie, uma vez que ele havia anunciado sua intenção de competir no Olympia de novo, mas Gunter Schlierkamp é que foi apontado por eles como o homem que Ronnie deveria temer. Muitos dos entendidos em bodybuilding coçavam a cabeça e pensavam, eles estão falando sério? Será que eles realmente pensam que podem fazer esta lavagem cerebral nas pessoas para que todos acreditem que Gunter, com aquela cintura larga e articulações grandes, teria uma chance sequer de se tornar Mr. Olympia, só porque ele tinha conseguido vencer Ronnie numa decisão de merda no GNC? Aparentemente, o pessoal da Weider / AMI estava falando sério. A imagem de Gunter foi impressa em várias capas e artigos de suas edições, e sua vitória sobre Ronnie no GNC era trazida a toda sempre. Enquanto isso, Ronnie Coleman estava ocupado em Arlington, treinando com a certeza que ele não só venceria o Olympia de novo naquele ano, mas como o faria de forma tão convincente que qualquer pessoa que tivesse duvidado dele iria acabar se sentindo como um idiota. Dois meses antes do show, ele filmou o DVD “The Cost of Redemption”. Se  Gunter ou qualquer outro dos outros rivais de Ronnie tivessem assistido o vídeo antes do Olympia, eles saberiam que estavam ferrados. E, de fato, a partir do segundo em que Coleman entrou no palco com seus 132 kg rasgados e maior do que nunca da cabeça aos pés, era Game Over. Gunter repetiu o 5º lugar do ano anterior, o que muitos consideraram ser um “presente”, pois ele não estava bem condicionado desta vez. Jay conseguiu o 2º lugar, repetindo sua posição de 2001, mas desta vez ele não tinha condições de vencer. Ronnie venceu o seu sexto título de Mr. Olympia, com um resultado perfeito, calando a boca dos críticos e deixando um recado de que ele não estava para brincadeiras. Após isso, ele fez um Grand Prix na Rússia e venceu com facilidade.

2004 – Não é deste mundo

      Dizer que nenhum outro competidor no Olympia 2003 chegou aos pés de Ronnie não seria exagero. Qualquer breve lampejo de vulnerabilidade de Coleman tinha ido embora. O homem ia fazer 40 anos de idade quando foi para o seu sétimo título, mas os efeitos da idade em atletas pareciam não se aplicar a ele. Mais uma vez, Cutler, agora três vezes campeão do Arnold Classic, foi considerado como o sucessor. E outra medida duvidosa foi tomada, parecendo ter sido projetada especificamente para dificultar a vitória de Ronnie. Como se explica o fato de que as pontuações do prejudging, as quais Ronnie tinha uma vantagem monstruosamente grande, foram desconsideradas no início da Rodada Desafio? Era como se a competição fosse praticamente reiniciada. Mas Ronnie não estava preocupado, e não tinha mesmo razão para estar.

     Desta vez, eram 135 kg. Evidentemente, ele não estava tão “trincado” quanto no ano anterior, mas Cutler também tinha abrido mão de um pouco de condicionamento para competir com 122 kg. Ronnie ganhou seu sétimo título com pontuação ainda perfeita, então foi para a Europa e venceu os Grand Prix na Inglaterra, Holanda e Rússia para terminar o ano com mudanças um pouco mais de grana no bolso e mais três vitórias em sua carreira, elevando seu total de vitórias na IFBB até à data para 25.

2005


      Este seria o ano que Ronnie Coleman esperava empatar com o grande Lee Haney, com oito vitórias no Olympia. Coleman ainda enfrenta forte oposição na forma de Jay Cutler, que tinha melhorado a suas costas ao ponto em que muitos diziam ter se equiparado a Ronnie na pose Back Double Biceps. Gustavo Badell também estava em excelente shape e ansioso para “bater” o rei novamente, como fez na Rodada de Desafio no ano anterior. A esperada batalha entre Ronnie e o jovem gigante russo Alex Federov nunca se materializou, uma vez que Fedorov se apresentou fora de forma e com uma lesão no peitoral. Cutler pôs fogo na briga, mas no final, os 128 kg de Ronnie emergiram triunfantes e ele juntou-se a Haney como os maiores campeões de Olympia de todos os tempos. Se ele quebrasse o recorde em 2006, seria necessário que outro atleta vencesse a competição por 10 anos para ultrapassar a sua realização. As probabilidades de isso acontecer são muito, muito pequenas, uma vez que é difícil imaginar alguém que tenha, além de uma excelente combinação de genética, ética, trabalho, fé e puro amor pelo que faz.

2006 – “Todo grande campeão perde”

     Ronnie planejava entrar no Mr. Olympia ainda maior e mais freak do que tinha entrado em 2004 – finalmente, sobre a lendária marca dos 135 kg secos. E quando ele entrou no palco da Arena Orleans em 29 de Setembro, ele tinha cumprido a sua promessa – mas isso teve um preço. Ronnie estava insanamente grande e “cheio”, mas tinha sacrificado um pouco de condicionamento e definição. Grande parte de seu peso era apenas a retenção de água excesso de carb-load, o que ficou evidenciado na segunda noite do show, quando ele se apresentou bem mais definido. Mas aí já era tarde demais. Os juízes tinham feito as suas mentes na noite anterior durante as comparações. Outro fator contra Ronnie era o que parecia ser uma lesão muscular ou lesão no nervo no lado esquerdo de suas costas, então ele planejou fazer uma ressonância magnética mais tarde, para avaliar e diagnosticar o problema. Com dor no coração Ronnie teve que ouvir pela primeira vez em mais de oito anos o nome de outra pessoa sendo anunciado como Mr. Olympia.

      No começo, Ronnie estava cabisbaixo, mas ele rapidamente recuperou a sua compostura. Mais tarde naquela noite, ele disse a amigos e familiares, “Todo grande campeão perde, seja Ali, Jordan ou Tiger Woods. Eu não estou acabado ainda.” Mesmo perdendo mais três vezes para Cutler na semana seguinte, na Europa, a determinação de Coleman para recuperar sua coroa não diminuiu. Certamente muitos acharam que Ronnie seria sensato para pendurar as anilhas e se aposentar enquanto está no topo, ao invés de arriscar uma outra derrota humilhante. Mas este não é o estilo do Big Ron. Ele permaneceria no próximo ano fazendo tudo que poderia voltar e roubar o Sandow das mãos de Jay Cutler, que não iria entrega-lo sem luta. A última vez que Ronnie havia perdido antes foi no GNC Show, para Gunter em 2002, e esta derrota o levou a subir no palco do Olympia do ano seguinte e simplesmente esmagar seus rivais. Será que ele poderia fazer isso novamente em 2007?

2007 – O último Olympia

      Desta vez, infelizmente, a idade pesou contra Ronnie.  Com 43 anos, as lesões e a “GH Gut” fizeram com que Coleman já não fosse mais o mesmo. O corpo sentiu os anos e anos de treinamento intenso, pesadíssimo, e ele não conseguiu atingir sua plena forma. O quarto lugar, atrás de Jay Cutler, Victor Martinez e Dexter Jackson encerrou a participação do Inacreditável Big Ron em Olympias. Porém, sua carreira vitoriosa fala por si, sendo indiscutível dizer que Coleman foi o maior e melhor fisiculturista de todos os tempos, e suas marcas ficarão para a eternidade.

Estilo Ronnie Coleman

Video mais famoso de Ronnie, The Unbelievable, foi filmado apenas cinco semanas antes do Mr. Olympia 2001. Naquele DVD, Ronnie estava em dieta, perto da condição de competição, com low-carbs e muito cardio. Big Ron ainda não deixa o estresse e a fadiga roubar-lhe a alegria que lhe traz o levantamento de peso. Outros atletas parecem zumbis entre as séries, mas Ronnie sorri e solta seus famosos bordões, especialmente antes de alguma série pesada:

 
“Light weight, baby!”

“Ain’t nuttin’ but a peanut!”
 
‘Yeah, buddy!”

“Everybody wanna be a bodybuilder, but don’t nobody wanna lift no heavy-ass weight!”

      Eles certamente fazem parte de sua estratégia mental, mas eles também indicam que o treinamento é pura diversão para o grande homem. Também pode ser o seu trabalho, mas no caso de Ronnie, ele ama seu trabalho. No seminário da vitória do Mr. Olympia em 2003, Ronnie disse à plateia que ele sempre treina duro, muito depois de competições.

      Mas o que está nas entrelinhas é que Coleman ama treinar. Está no sangue. Ele levantava pesos muito antes de pensar em se tornar fisiculturista. Para ele, nada poderia tomar o lugar do desafio que enormes quantidades de ferro podem oferecer fornecer. A academia é o seu campo de provas, o seu playground, e seu santuário.

      Tenho a certeza de sua fé cristã tem algo a ver com isso, mas Ronnie opta por levar uma vida mais simples, livre de drama e reviravolta. Ele vive em Arlington, Texas, perto de sua família, ao invés de viver em um ritmo mais acelerado de uma cidade reluzente como Los Angeles ou Las Vegas.


     O treinamento de Ronnie também é notavelmente consistente. Ele disse que a forma como ele treina agora (ou nos últimos anos antes de se afastar das competições) é exatamente o mesmo que ele fazia desde que começou na musculação, até os exercícios e divisão dos grupos por dia. Ele não tem dias pesados e dias leves para diferentes grupos musculares, ou divisões do ano em fases distintas, nada disso. A maioria dos Pro’s treina de maneiras diferentes no off-season, com foco nos exercícios básicos com peso livre, pesos pesados, e poucas repetições. Quando eles estão a 12-16 semanas de uma competição, seus treinos começam a mudar para movimentos mais isolados, mais cabos e máquinas e os pesos mais leves, com repetições mais elevadas. A única maneira de você saber se Ronnie estava no off-season ou em dieta para o Olímpia, apenas vendo-o treinar, era reparar se ele estava mais definido. Os movimentos fundamentais, como o agachamento, supinos e levantamento terra ainda são feitos, e o treino  continua pesado até o dia do show. Você também precisa ter em mente que ele também inclui movimentos de isolamento, mas ele pode fazer os dois tipos de exercícios na semana, uma vez que ele treina cada parte do corpo duas vezes por semana. Poucos homens podem lidar com essa carga de trabalho, mental ou fisicamente.

      Outra prova máxima de Ronnie e seu estilo de treinamento é o “Keep It Simple, Stupid!” Outros Bodybuilders estão constantemente à procura de melhores formas de treinar, e isso é bom, mas ao fazer isso, certamente desperdiçam uma grande quantidade de esforço ou desviam o foco. Ronnie encontrou o que funciona para ele e se agarrou nisso, nunca duvidando de si mesmo ou sentindo a necessidade de contratar um treinador para leva-lo para academia e fazê-lo sonhar com novos ângulos e exercícios inovadores para manter seu interesse.

A carreira de Ronnie Coleman inclui:
  • 2007 Mr. Olympia – (4nd)
  • 2006 Mr. Olympia – (2nd)
  • 2005 Mr. Olympia – (1st)
  • 2004 Mr. Olympia – (1st)
  • 2003 Mr. Olympia – (1st)
  • 2002 Grand Prix Holland – (1st)
  • 2002 Mr. Olympia – (1st)
  • 2001 New Zealand Grand Prix – (1st)
  • 2001 Mr. Olympia – (1st)
  • 2001 Arnold Classic – (1st)
  • 2000 JOE WEIDER’S WORLD PRO CUP – (1st)
  • 2000 Grand Prix England – (1st)
  • 2000 IFBB Mr. Olympia – (1st)
  • 1999 IFBB Grand Prix England – (1st)
  • 1999 IFBB Joe Weiders Pro World – (1st)
  • 1999 IFBB Mr. Olympia – (1st)
  • 1998 IFBB Mr. Olympia – (1st)
  • 1997 IFBB Arnold Classic – (4th)
  • 1997 IFBB Grand Prix Czech Republic – (4th)
  • 1997 IFBB Grand Prix England – (5th)
  • 1997 IFBB Grand Prix Finland – (3rd
  • 1997 IFBB Grand Prix Germany – (5th)
  • 1997 IFBB Grand Prix Hungary – (6th)
  • 1997 IFBB Grand Prix Russia – (1st)
  • 1997 IFBB Grand Prix Spain – (7th)
  • 1997 IFBB Ironman Pro Invitational – (3rd)
  • 1997 IFBB Mr. Olympia – (9th)
  • 1997 IFBB San Jose Pro Invitational – (6th)
  • 1996 IFBB Grand Prix England – (5th)
  • 1996 IFBB Grand Prix Germany – (5th)
  • 1996 IFBB Grand Prix Spain – (5th)
  • 1996 IFBB Night of Champions – (2nd)
  • 1996 IFBB Mr. Olympia – (6th)
  • 1995 IFBB Grand Prix France – (4th)
  • 1995 IFBB Grand Prix Russia – (6th)
  • 1995 IFBB Grand Prix Ukraine – (3rd)
  • 1995 IFBB Night of Champions – (3rd)
  • 1995 IFBB Mr. Olympia – (11th)
  • 1994 IFBB Mr. Olympia – (15th)
  • 1993 IFBB Chicago Pro Invitational – (6th)
  • 1993 IFBB Grand Prix France – (4th)
  • 1993 IFBB Grand Prix Germany – (6th)
  • 1993 IFBB Niagara Falls Pro Invitational – (6th)
  • 1991 NPC Nationals – Heavyweight – (4th)
  • 1991 IFBB World Amateur Championships – Heavyweight – (1st)
  • 1990 NPC Nationals – Heavyweight – (3rd)
  • 1990 Mr. Texas – Heavyweight & Overall – (1st)
E os seguintes DVD’s:
  • First Training Video (1997)
  • The Unbelievable (2001)
  • The Cost Of Redemption (2003)
  • On The Road (2005)
  • Relentless (2006)
  • Invincible (2007)
Os dias atuais

      Hoje com 47 anos, Ronnie Coleman ainda vive em Arlington, continua treinando e fazendo apresentações como convidado em eventos e inaugurações de academias mundo afora (Guest Posing). Além disso, Big Ron lançou recentemente sua própria linha de suplementos: A Ronnie Coleman Nutrition (RCN). Considerado por muitos o maior fisiculturista de todos os tempos, Ronnie é ainda muito respeitado no mundo todo, sendo, juntamente com Lee Haney, o maior vencedor do Mr. Olympia, com 8 títulos.



Um comentário: